Andança

sexta-feira, 11 de março de 2011
Sei que dessa vida só se leva a essência, e minha bagagem já está cheia, EU SEI.
Sei que poderia ser o que eu quisesse se eu ficasse no meio termo,
sei apenas que o céu era o limite...
Tropecei no trajeto, tomei cuidado na segunda pedra.
Fracassei, e me avisaram dos riscos,  quis apenas criar anticorpos contra as aversões da vida;
Placas não me guiaram, foi  andando sem rumo que fiz o caminho;
Vi  estrelas que não formavam  nome algum.
Conheci "gentes-livro" (desculpe-me pela expressão, mais é que não cabia em qualquer outra), alguns recusei a ler.
Perdi vários companheiros, mais a vida sem freios tem desses devaneios, meu caro.
Minha alma doentia, não deu garantia, a quem lhe quisesse seguir
Meu olhar não disse por muitas vezes tudo, e minha boca não o acompanhou de teimosia.
Juntei meus cacos e outrora passei a colá-los com inteligência.
Fui rebuscada na busca por algo  desconhecido
Foi preciso mais que a beleza duma flor,
Ponto, pula linha, travessão.
Idiotice pensar que estive perto do final.
Apenas fui, perde-me e encontrar-me.
Uma retirante dentro de si mesma.


"Cada palavra que falei lembra uma história, 
que eu nem mesmo sei, mas como o vento 
vem tão depressa. A verdade é bem mais forte, vou deixar que 
o destino mostre a direção . . .
♪ - Cidadão Quem

Pra lembrar quem eu sou.

Perco-me por entre as incógnitas das minhas equações inacabadas, é um vazio, um doce e amargo vazio este nó que me prendeu a um mundo de ilusões.
O meu jardim é esse, e dele brota o que melhor é regado.
A minha história é cantada nessas canções de estrofes repetidas e versos que não rimam.
De frecha em frecha construí  a janela do meu ser.
De verbo em verbo, já conjuguei o meu passado inteiro.
Sei que ando a margem dessas vielas de verdades ilusórias,
equações químicas balanceadas ...
Apenas naufragada em minhas próprias teorias: Noite sempre pobre que fica junto de mim!
Dependente do carinho das palavras
avessa a giros, roda moínho, roda peão...
Pés descalços que não sobrevivem ao fogo.
Sonde-me mais não me conclua,
Há um limite entre a parte e o todo.
Há feixes de luz entre os  elos que me ligam a liberdade e a solidão.
Tristezas minhas, lamúrias e lamentações...
Deixe-me apenas lutar com os meus moínhos de vento em paz.
Pois há pouco espaço no mundo, mais há muitos mundos que preciso acabar dentro de mim.